domingo, 24 de janeiro de 2010

PRESSA DE CHEGAR


Ainda jovem pensei
Melhor é chegar primeiro
Aprendi que o atalho
É caminho mais ligeiro
II
Na procura me perdi
Me embrenhei no nevoeiro
Dei muitas voltas em mim
Acabei num atoleiro
III
Rodei mundo procurando
A curva do cotovelo
Passei rios mata virgem
Com bravura de guerreiro
IV
Carapuça minha casa
Orelha meu travesseiro
Chinelo gastou a sola
Mundana pegou dinheiro
V
Cachimbo levou consigo
A brasa do candeeiro
Destino ficou incerto
A vida virou novelo
VI
Ja dei por mim afogado
Com água no tornozelo
Tempo gasto na corrida
Me custou muitos janeiros
VII
Agora peguei o leme
Acordei o timoneiro
Traçado novo caminho
Virei proa do veleiro
VIII
Hoje conduzo meu barco
Como o velho marinheiro
Não força que arrebenta
Não lava que sai o cheiro
IX
Se quiser chegar na frente
Não pule seu companheiro
Devagar se vai ao longe
Sapiência de mineiro
X
Na ânsia de chegar logo
Tropecei no paradeiro
Sentado sobre o destino
Caminhei o tempo inteiro!!!

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