domingo, 24 de outubro de 2010

DOCE ABSTRATO


Tu, que moras num vão estreito
Na cova funda do meu peito
Só mesmo a ti remeto flores
Morro de amores, ressuscito e,
Volto do infinito pra te ver

Tu que desces do meu sonho bem assim
Enquanto te proponho amor sem fim
Dá de ombros se fingindo resolvida
Vagueia de sapatos minha vida
E sai pra rua sem me conhecer

Faltam folhas pra contar no calendário
Sobram marcas de procura no diário
Te sonhei outro dia Madalena
Figurante esquecida no cinema
Tive pena de mim por te querer

Só me perdi, vivi a ti buscar
Pois que tu és um rio a desaguar
Por te querer sobrevivi abalos
Já me doei me consumi em calos
E tu nem aí pra merecer

Tu és rugas indeléveis de ternura
Retrato caro que foge da moldura
Minha Dama sorrateira como o vento
Te guardo cicatriz no pensamento
Pena que tu não existas pra saber!!!