domingo, 24 de janeiro de 2010

METADE


Metade do que sonhamos
Não acontece de fato
Metade vira concreto
Metade fica no prato
De fato é só um sonho
Vira nuvem de fumaça
Vagueia no abstrato
Não olha por onde passa
Metade que mora longe
Não sabe do meu lamento
É sonho que me consome
Metade que eu invento
Outra metade do mundo
Não acha sua metade
Metade se desencontra
Outra vive de saudade
Metade que me navega
Ancora no meu veleiro
Me toma de sobressalto
Na pedra do marinheiro
Metade, minha metade
És o meu sonho de fato
Causa da minha procura
O outro pé do sapato
O espaço na moldura
Metade do meu retrato!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário