terça-feira, 1 de junho de 2010
GIGANTE FERIDO
A saudade me invade
Me entorpece o coração
Pedaço da minha infância
Me escorre pela mão
Na haste do galamar
O barulho do carvão
Os meninos a rodar
Até se embriagar
Espatifados no chão
II
Com ingresso de castanha
Você podia rodar
Caçula da Dona Rosa
Era dono do lugar
Quem passava para a missa
Na volta passava lá
Na minha doce lembrança
Do meu tempo de criança
O tempo não vai passar
III
Um transeunte vadio
Botou fogo no seu leito
Se lhe soubesse a história
Lhe cobria de respeito
Ver seu tronco derretido
Derrete também meu peito
Me causa muito sofrer
Olhar pro rio e ver
Seu tronco daquele jeito
IV
Acaso o amigo rio
Estivesse de enchente
Não lhe teria deixado
Perecer no fogo ardente
Lhe sobrou o esqueleto
Um buraco de serpente
Um farrapo em frangalhos
Com meia dúzia de galhos
A judiar minha mente
V
Não existe Casa Velha
Sem o vento sem o rio
Sem a figura frondosa
Hoje um toco vazio
A mesma dor que sentiste
Meu peito também sentiu
O vento quando passar
Há de soprar devagar
Pra não morreres de frio
VI
Meu velho gurgurizeiro
Como dói lhe ver assim
O seu corpo retalhado
Torna retalhos em mim
Quando passo de visita
Sinto uma coisa ruim
Relembro o que foi outrora
Me bate no peito agora
Uma saudade sem fim!!!
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Meu Gurgurizeiro querido, aceite esses retalhos que te aquecem de um poeta que sempre será o Menino que brincou de galamar em tua circunferência.
ResponderExcluirLindo demais mano querido.
Bateu uma saudade danada viu. Bjs
Goretti
Obrigado mana querida, bjim!!
ResponderExcluirMano, estive lá e fiz fotos na fresta, na ferida do algós Gurgurizeiro.
ResponderExcluirTriste demais foi para mim.
Esse será um Cordel tocante para os filhos de Cruz. Bjs
Goretti