domingo, 29 de janeiro de 2012
FOGO AMIGO
“Quero te dizer
Velho Gurguri
Que o rio sem ti
Não tem alegria
A água que subia
Só pra te beijar
Agora vai passar
E não vai te ver!”
E logo eu, a te queimar no fim
Se já chorei por ti a todo pranto
Dono de ti, quem te adora tanto
Te ver em cinzas, fez cinza de mim
II
Te vi ali, a derreter em chamas
A escutar os versos que te fiz
Como a se arder, ardendo de feliz
Na labareda enquanto te derramas
III
O fogo amigo que te fez fogueira
Me doeu a noite, morna sem luar
Os olhos da Dona pôs-se a marejar
Olhos de menina, vida passageira
IV
Se te queimei foi pra te proteger
Do sol ardente que te consumia
Da chuva fina e da noite fria
Do abandono posto a me doer
V
Te li poema à luz de velas
Solenemente como ritual
Iluminados por um castiçal
Simbolicamente como sentinela
VI
Queimado, findo, ardendo de sede
Tua cinza leve se espalhou no vento
Como por encanto, coisa de momento
Invadiu a casa, beijou as paredes
VII
Do que te restou, joguei no rio
Tua cinza navega em liberdade
No meu peito és rio de saudade
Tomara não padeças calafrio!
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Foi um momento lindo de vivenciar!
ResponderExcluirLer a interpretação do evento aos olhos do poeta é encantador. E emociona! Bjo
Você que é linda e generosa, Obrigado Andrea!!
ResponderExcluirMano que borbulha lágrimas, enquanto queima o coração.
ResponderExcluirEsse poema visual da queima do nosso "eterno Gurgurizeiro " foi talvez o Poema mais profundo e doloroso para mim. Ver-te entre gravetos e labaredas procurando um sorriso onde existe apenas, um "Menino de Aningas" ameninando e eternizando essa histórica Árvore" onde abrigou todos os nossos sonhos de infancia naquele velho "Galamar".
Poeta de sentimentos notáveis, quanto orgulho temos de t. Parabéns mano.
Goretti Albuquerque.
Mano que borbulha lágrimas, enquanto queima o coração.
ResponderExcluirEsse poema visual da queima do nosso "eterno Gurgurizeiro " foi talvez o Poema mais profundo e doloroso para mim. Ver-te entre gravetos e labaredas procurando um sorriso onde existe apenas, um "Menino de Aningas" amenizando e eternizando essa histórica Árvore" onde abrigou todos os nossos sonhos de infancia naquele velho "Galamar".
Poeta de sentimentos notáveis, quanto orgulho temos de ti.
Parabéns mano.
Goretti Albuquerque.