domingo, 31 de julho de 2011

O HOMEM QUE BRAVEJAVA


Um homem bravo beijou a minha mão
Sua barba luzia raios cor de prata
Como se fora eu parede santa
Ruminou pecados rudes de um cão

Seus olhos de pedra que olhavam medo
Agora embotados a escorrer da face
A lavar as rugas, pois, a revelar-se
Tão contrariadas de guardar segredo

Eu, que não me cabia na surpresa
Danei-me a lhe perdoar sem penitência
Ignorei-lhe de todo a sua crença
De nada me valia sua alma presa

Como recompensa cortou meus cabelos
Me beijou as faces me caí no pranto
Jurou vida eterna murmurou um canto
Me tirou as mágoas e os pesadelos

Na minha casa sempre farta de pobreza
Bonita mesa encarnada de comida
Sentado à margem na cadeira escondida
Um homem sereno manso de nobreza

Quis saber seu nome nada respondeu
Deu de ombros e se foi de cara nova
Um Santo de Homem que me pôs à prova
Pois os seus pecados eram todos meus!!!

Um comentário:

  1. Muito profundo! E Lindo!
    Sua poesia fala do perdão de uma forma surpreendente.

    Bjs

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