quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
MEU AMIGO CAJUEIRO
Cajueiro generoso
De fruto maravilhoso
Teu suco dá cajuína
Que é bebida divina
Tua castanha torrada
No mundo é apreciada
Teus galhos abrigam ninhos
Morada de passarinhos
Tua sombra encorpada
Encontro da namorada
Cajueiro ainda em flor
Ouviu lamentos de dor
Soube tantos juramentos
Promessas de casamento
Desenhos de coração
Canivete e emoção
Gerações se vão passando
Cajueiro acalentando
Quando envelhece, coitado
Tem o corpo degolado
Aí a tua madeira
Vira lenha de fogueira
Ou pode virar rebolo
Na queimada de tijolo
Serve de cerca pra bicho
Tua folha vira lixo
Cajueiro se soubesses
Quantos beijos tu mereces!
Lembro tempo de menino
Trepava devagarzinho
Na ponta do galho fino
Pra beber ovos do ninho
Já prevejo teu destino
As folhas estão caindo
Tua casca já se nota
Idade muito remota
Não quero ver essa cena
Teu corpo virando lenha
Cajueiro te abraço
Com o coração em pedaços
Bendito seja teu fruto
Me deixa agora de luto
Velho amigo cajueiro
Estou aqui de joelhos
Um abraço de clemência
Na tua circunferência
Agora tenho que ir
Nas entranhas há de sentir
Essa humilde reverência!!!
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