domingo, 31 de julho de 2011
O HOMEM QUE BRAVEJAVA
Um homem bravo beijou a minha mão
Sua barba luzia raios cor de prata
Como se fora eu parede santa
Ruminou pecados rudes de um cão
Seus olhos de pedra que olhavam medo
Agora embotados a escorrer da face
A lavar as rugas, pois, a revelar-se
Tão contrariadas de guardar segredo
Eu, que não me cabia na surpresa
Danei-me a lhe perdoar sem penitência
Ignorei-lhe de todo a sua crença
De nada me valia sua alma presa
Como recompensa cortou meus cabelos
Me beijou as faces me caí no pranto
Jurou vida eterna murmurou um canto
Me tirou as mágoas e os pesadelos
Na minha casa sempre farta de pobreza
Bonita mesa encarnada de comida
Sentado à margem na cadeira escondida
Um homem sereno manso de nobreza
Quis saber seu nome nada respondeu
Deu de ombros e se foi de cara nova
Um Santo de Homem que me pôs à prova
Pois os seus pecados eram todos meus!!!
terça-feira, 26 de julho de 2011
ÚLTIMO REPENTE
Velho Zeca meu Poeta
Meu peito é cova de dor
A gente não combinou
Poema de despedida
Essa coisa tão doída
Carregada de tristeza
Minha rima está presa
Entalada na goela
Hoje fizeste banguela
A boca da poesia
Apeou da montaria
Amarrou o seu cavalo
O corpo cheio de calos
Calos de sabedoria
Todo mundo vai um dia
Quando chega sua hora
Meu poeta vai embora
Deixando a casa vazia
Dona rita bem queria
Envelhecer do teu lado
E não te ver sepultado
Numa cova de cimento
Que toma de sentimento
O peito dos filhos teus
Lamento de cicatriz
Repousa nos olhos meus
Descansa na paz de Deus
Meu velho Zeca Muniz !!!
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